Artista Karin Folie

Declaração de Karin sobre o seu fazer artístico: “Nascida na capital, vivendo no interior e apaixonada pela praia e pela vida, me inspiro nas cores e elementos da flora e fauna brasileiras presentes em meu cotidiano para criar. Mãe de dois, fora os gatos, tenho o privilégio de usufruir de meu ateliê em minha casa com vista para um frondoso flamboyant e estar próxima de minha família. Desde sempre a arte fez parte da minha vida. Quando criança, passava férias e finais de semana na casa de tios ou avós passeando pela arte, pela música, pelo artesanato e principalmente pela costura. Isto foi criando em mim o gosto e o olhar especial pela cor, suas misturas e composições, e pelo estético. Durante vinte anos estive profissionalmente presente no mercado automotivo, mas sempre tive em paralelo alguma atividade artística ou artesanal, do crochê à joalheria, da fotografia ao patchwork (meio Doctor Jekyll and Mr Hyde, mas só que do bem), e em 2014 decidi dar mais corpo e direcionamento ao lado artístico, quando descobri depois de um workshop que posso desenhar, assim como qualquer mortal, diga-se de passagem. Neste caminho absorvi um pouquinho do conhecimento de mestres de áreas como aquarela (onde aprendi a misturar as tintas), estamparia (quando desenvolvi um projeto do rascunho até a produção de uma coleção de tecidos), line drawing e ilustração. Em 2016 tive que suspender as atividades de minha empresa, resolvi tornar da arte minha profissão ao invés de me manter no mesmo mercado e foi na pintura onde tudo o que eu tinha visto antes se juntou, e nela encontrei a melhor forma de expressar todo meu gosto pelas cores, pelas suas misturas mágicas, pela expressão suave, forte, presente, inconstante e surpreendente da expressão humana. Uso materiais simples como carvão, grafite, tinta acrílica com vida própria, e spray sobre tela ou papel. Olho o material que tem no ateliê, coloco uma musiquinha, que pode variar de tango a heavy metal, rego as plantinhas, acendo um incenso, separo meus pincéis favoritos, olho para a tela, a tela olha pra mim e aí começa a brincadeira. Tinta pra todo lado, inclusive no cabelo, e a tela vai tomando forma, obviamente não a que eu imaginara no começo, e com o passar das horas, ou dias dependendo do tamanho da tela (amo as gigantonas!!!) ela vai se transformando. Gosto de acreditar, ou me consolar, na teoria da curva “U” que prega que no topo do U tudo parece lindo e claro. Conforme o trabalho vai se desenvolvendo, vai se tornando confuso até alcançar a parte mais baixa da curva, onde o artista acha que o trabalho está horrível. A teoria insiste que dar continuidade ao trabalho neste ponto crítico, é fundamental para se obter um trabalho bom e único. E é acreditando neste processo que a tela vai se transformando e as camadas vão surgindo uma a uma, cor a cor, pedacinho a pedacinho, como uma colcha de retalhos dando passagem ao imaginário, tanto meu quanto dos que observam as pinturas, para descobrir e inventar formas acessando sutil e levemente nossa essência.”

Exposição no ambiente: Galeria Modernos Eternos
por: Marcos Esteves e Paulo Apgáua

Para a Galeria as obras teriam que ser grandes o suficiente para valorizar o pé direito alto e cores, se destacando em um ambiente todo branco.